3 de jun. de 2011

Gincana, tarefa 03 - Fichamento 1

Uso de serviços odontológicos por pacientes com síndrome de Down
OLIVEIRA, Ana Cristina et al. Uso de serviços odontológicos por pacientes com síndrome de Down. Rev. Saúde Pública [online]. 2008, vol.42, n.4, pp. 693-699. ISSN 0034-8910.

“A síndrome de Down ou Trissomia do 21 representa a anomalia cromossômica mais comum da espécie humana. Nos últimos anos houve um grande progresso
no tratamento físico e mental de crianças com essa síndrome, resultando em um significativo aumento na sobrevida e maior integração à sociedade. A saúde bucal representa um aspecto importante para a inclusão social de pessoas com defi ciência.
 Raramente as doenças bucais e as malformações orofaciais acarretam risco de morte, entretanto, causam quadros de dor, infecções, complicações respiratórias e problemas mastigatórios. Do ponto de vista estético, características como mau hálito, dentes mal posicionados, traumatismos, sangramento gengival, hábito de fi car com a boca aberta
e ato de babar podem mobilizar sentimentos de compaixão, repulsa e/ou preconceito, acentuando atitudes de rejeição social.” (p.694)

“A integralidade é um valor a ser defendido em todas as práticas de saúde, e não apenas naquelas pertencentes ao SUS. Para isso, é essencial que os serviços
ofereçam ações articuladas de promoção da saúde, prevenção dos fatores de risco, assistência aos danos e reabilitação.” (p.695)

“Considerando-se as diversas manifestações sistêmicas e bucais presentes na síndrome de Down, é primordial que a população acometida seja assistida de forma
integral pela equipe de saúde, incluindo a atenção odontológica. Tendo como perspectiva a prática da integralidade do atendimento, o presente estudo teve
por objetivo analisar os fatores relacionados à atenção odontológica recebida por crianças e adolescentes com síndrome de Down.” (p.695)

“Foi realizado um estudo transversal com amostra de conveniência composta por crianças e adolescentes com síndrome de Down na faixa etária entre 3 a 18 anos, e
suas mães. Eles foram recrutados em ambulatório de genética médica de um hospital materno-infantil na cidade do Rio de Janeiro, assistindo pacientes de vários estados brasileiros. Essa unidade hospitalar não conta com um serviço de atendimento odontológico local. Os dados foram coletados entre 11 de setembro e 30
de outubro de 2006.” (p.695)

“O diagnóstico de cárie dentária foi baseado nos critérios clínicos estabelecidos pela OMS ao se identificar a ausência ou presença de pelo menos uma lesão de cárie
dentária. A existência de mal oclusão foi diagnosticada com base em estudos anteriores: 7,8,13 indivíduos diagnosticados com pelo menos um caso de mordida
em topo, mordida cruzada posterior/anterior, mordida profunda, mordida aberta anterior ou sobressaliência. A higiene bucal foi avaliada por meio do Índice de Higiene Oral Simplifi cado (IHOS).” (p.695)

“Das crianças estudadas, 79,5% tinham ido ao menos uma vez ao dentista (IC 90% [72,3-87,8]), 79% pertenciam à classifi cação econômica menos favorecida. A idade média dos indivíduos com síndrome de Down era de 8 anos (±4 anos), 54% era do sexo masculino e 46% do sexo feminino. A idade média das mães era de 41
anos (±8 anos), 60 delas (54%) possuíam oito anos ou mais de estudo. No exame clínico foram identificados 83 (74%) crianças ou adolescentes com mal oclusão
e 41(37%) com pelo menos um dente com lesão de cárie dentária. A higiene bucal foi classifi cada como suficiente em 97 casos (87%).” (p.696)

“A variável “história prévia de cirurgia” evidenciou que aqueles indivíduos com síndrome de Down, cujas mães relataram que os mesmos já haviam
sido submetidos a alguma cirurgia apresentaram 2,5 vezes mais chance de já terem ido ao dentista (OR=2,5 [0,9; 7,1]). A idade das crianças/adolescentes mantevese associada à atenção odontológica após ajuste pelas variáveis do modelo, indicando que os sindrômicos na entre 12 e 18 anos possuem cerca de 13 vezes mais chance de já terem recebido algum atendimento odontológico (OR=13,1 [2,0; 86,9]).” (p.696)

“Vários problemas dentários associados à síndrome de Down podem ser eliminados ou minimizados em pacientes assistidos pelo dentista ainda na fase de dentição decídua. Segundo Conill (2004), na perspectiva da integralidade, não se pode desconsiderar o significado que recomendações de cunho preventivo podem ter na vida das pessoas. Muitas vezes, um problema dentário pode ser evitado caso o paciente receba cuidados preventivos antes da instalação ou agravamento.” (p.698)

“Em conclusão, a atenção odontológica recebida pelas crianças e adolescentes com síndrome de Down foi influenciada, além da idade, pela postura dos profi ssionais
que as assistem, mostrando a importância desses cuidadores atuarem com uma prática de atendimento integral.” (p.699)

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